quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AS MULHERES CONTRA A VIOLENCIA NO CAMPO

ROMARIA DOS MÁRTIRES, MOSSAMEDES-GO, 2002. A violencia no campo contra os camponeses no Brasil tem uma longa história, mas ela recrudesceu com maior forca a partir dos anos 70, principalmente nos Estados do Pará, Maranhão e Goiás (precisamente na regiao do Bico do Papagaio, até anciãos, criancas e padres (como Josimo Tavares) foram sacrificados.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A FOTOGRAFIA E A FILOSOFIA - MENTE, LUZ E CORACÃO

COLÓQUIO DE FILOSOFIA E CINEMA FICÇÃO E REALIDADE PUC GOIÁS Departamento de Filosofia e Teologia – FIT 06 de junho de 2013 A FILOSOFIA E A FOTOGRAFIA - MENTE, OLHO E CORAÇÃO Maria Francisca da Silva Santos Acadêmica de Filosofia A fotografia, assim como as idéias, nasce do terreno do pensamento, num momento revolucionário das mentes na medida em que essas mentes se expressam pelo ato fotográfico. Um fotógrafo mundialmente conhecido pela sua arte de fazer das coisas simples do cotidiano uma obra genuína, Henri Carier-Bresson, cujas fotografias não conhecem limites afirmou: “Fotografar é encontrar o momento decisivo, é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração. Esses três atributos que o fotógrafo tem, determinam a capacidade de criação da fotografia. Fotografar não é simplesmente pegar uma câmera e sair por ai clicando sem pensar.” Cartier, era francês, viveu no século XX, faleceu em 2004. Ainda a respeito do ato fotográfico, desse momento único onde unimos pensamento, olho e emoção, veja o que diz Fhilippe Dubois : “Propomos aqui uma espécie de síntese reflexiva sobre os fundamentos da fotografia, ao mesmo tempo sobre a imagem e sobre o ato que a definem, e sem que possa dissociar a primeira do segundo. Porque a fotografia, afirma Dubois, não é apenas uma imagem produzida por um ato, é também, antes de qualquer outra coisa, um verdadeiro ato icônico “em si”, é consubstancialmente uma imagem-ato”. Não é possível pensar a imagem fora do modo constitutivo, ou seja, fora do que a faz ser como é, estando ai sua gênese, podendo ser uma produção (uma tomada), quanto um ato de percepção – ver mais de perto em que a ação ocorre, e não no produto dessa ação. O objetivo desse artigo não é analisar e nem interrogar a fotografia, ou seja, a realidade empírica dos conteúdos visuais obtidos pelo processo ótico-químico que conhecemos. Pretendo atingir a fotografia no sentido de um dispositivo teórico, o fotográfico numa compreensão mais ampla do que quando se fala da beleza, do poético. Quero propor conhecer a fotografia como uma categoria que não é apenas estética, semiótica ou histórica simplesmente, mas fundamentalmente epistêmica, uma categoria de pensamento, singular e que introduz a uma relação específica com os signos, o tempo, o espaço, o real, o sujeito, o ser e o fazer. O que você ver? Os elementos que compõem uma imagem no ato fotográfico são invisíveis (ao olho nu), ou seja, de imediato são imperceptíveis: é que a fotografia, antes de qualquer outra consideração representativa, antes mesmo de ser uma imagem que reproduz as aparências de um objeto, de uma pessoa, é em primeiro lugar, essencialmente, da ordem da impressão, do traço, da marca e do registro. Quantas vezes fazemos uma fotografia e somente depois de impressa – registro – é que percebemos a riqueza de elementos encontrados nela. “Para percebê-los, “é preciso considerar cada um em particular” (Descartes). AS DOCEIRAS DE IPORÁ A fotografia por si só não interessa, o mais importante é a primeira impressão que chega até nós quando estamos diante de uma pessoa, de um fato, aí acontece a comunicação entre o homem e o mundo. Uma boa fotografia é aquela que faz o observador pensar (Não importa que tipo de máquina ou técnica utilizou) , estamos falando de três coisas: o sensível, o teórico e o estético. A ORIGEM A respeito da origem da fotografia podemos dizer que ela não possui um “pai”. Vários acontecimentos históricos ocorreram para que pudéssemos chamá-la de fotografia. A palavra fotografia vem do grego ( φως) – fós=luz e (γραφις) – grafis= escrita. FOTO= LUZ, GRAFIA= ESCRITA. Podemos dizer que é a arte de escrever com a luz. Ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos da história. A Genesis desse evento começou a se manifestar nos filósofos da Grécia Antiga. Os historiadores afirmam que Platão foi o primeiro a descrever o efeito fotográfico em sua obra a República escrita em 380-370 a.C, com o mito da caverna. Observemos a imagem da Caverna de Platão, hoje tão atual, após milênios, ela descreve o que vemos e o que somos. Outros historiadores apontam o filósofo Aristóteles por volta de (384-322 a.C.) como também um de seus primeiros estudiosos. Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, em uma eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua ao passar seus raios por um pequeno orifício entre as folhas de um plátano (planta de grande porte e folhas grandes) A CAMARA ESCURA E A CAVERNA DE PLATÃO Todos buscavam e estudavam a câmara escura - o fenômeno da produção de imagens pela passagem da luz através de um pequeno orifício. 375 a.C: Platão descobre o fenômeno fotográfico que seria mais tarde o principio de todas as câmeras escuras Pressupõe a câmara escura como uma demonstração de que a luz viaja em linha reta. A primeira câmera escura foi construída em meados do século 6, em experimentos de Antêmio de Tales (professor de geometria em Constantinopla). Ainda que incompleto Aristóteles foi o primeiro filósofo a consagrar todo um tratado, a respeito do fenômeno poético, a Arte Poética. Ele propunha-se a refletir acerca do objeto estético, ou antes, acerca da criação do objeto estético. Em Arte Poética, o filósofo trata da arte poética a partir de duas perspectivas, a definição da poética como imitação e a apresentação da estrutura da poesia de acordo com suas diferentes espécies. No primeiro caso, reduz a essência da poética à imitação - que crê ser congênita no homem. A sua importância, contudo, deriva do fato de que a mimese é capaz de fornecer, ao ser humano, dois elementos essenciais: prazer e conhecimento. Aristóteles era um apurado colecionador sistemático de enigmas, folclores e provérbios, ele e sua escola tinham um interesse especial nos enigmas da Pítia (uma sacerdotisa do templo de Apolo) e estudaram também as fábulas de Esopo ( um escritor grego) AFOTOGRAFIA E MEMÓRIA A fotografia é memória, dos meios de expressão é o único que fixa pra sempre aquilo que é transitório numa fração de segundos. Nós fotógrafos/ fotógrafas lidamos com coisas que estão em constante desaparecimento. As pessoas envelhecem e morrem, as ruas e praças mudam de traçados, as florestas são devastadas, até os rios o homem muda o seu curso, muito embora as conseqüências possam ser catastróficas. Poderíamos dizer que a fotografia tem essa capacidade de aprisionar e preservar aquilo que está aqui e agora. Até ficamos tristes quando aquele momento passou e não fomos capazes de captá-lo. Com a fotografia o homem ampliou as possibilidades de capturar o tempo e ampliar a sensação de tê-lo presente, de senti-lo no caminho da reminiscência não como mera lembrança, mas, sobretudo como algo necessário a alma, como uma contemplação à vida presente, como significação do tempo e do espaço. O Frances André Bazin² ao escrever sobre a Ontologia da Imagem Fotográfica ressalta a prática dos egípcios de embalsamar os faraós e a maioria dos nobres da casa real. Por meios de várias substancias e tecidos para retardar a decomposição do corpo. Assim, os tecidos ao invés de se decomporem pela putrefação endureciam pela dessecação. Dessa forma o Faraó passa a ser uma múmia, quase como se fosse aprisionado no último instante de sua vida. Nos sarcófagos, além de trigo, havia estatuetas de terracota, reconstituições impecáveis da altura e do rosto do monarca, prontas para qualquer substituição, caso o corpo fosse destruído. Isso porque o Faraó era considerado um ser divino, que exercia completo domínio sobre seu povo e que, ao morrer, voltava para o mundo dos deuses, do qual viera. Por isso que as pirâmides, erguendo-se em direção ao céu, os ajudavam provavelmente a realizar a ascensão. O mais interessante nessa história é que na verdade, o que os egípcios queriam mesmo era a preservação do corpo sagrado, a fim de que a alma do Faraó pudesse continuar vivendo no além. Mas resguardar o corpo não era o bastante, era preciso uma fiel imagem do rei para que ele pudesse viver para sempre. Foi nesta perspectiva que André Bazin apresentou um laço fundamental que unia o “complexo da múmia” com a tradição da escultura, da pintura e, por fim, da fotografia. Se havia na civilização egípcia a intenção de preservar intacto o corpo e as fisionomias do reis para a eternidade, como conta Bazin, algo foi herdado pelas técnicas de apreensão do visível conhecidas até hoje, uma espécie de defesa do homem contra o tempo. A fotografia como arte que congela o tempo, que faz do instante presente algo infinito, que reproduz mecanicamente algo que não poderá mais se reproduzir existencialmente, dito por Roland Barthes³ em a "Câmera Clara” Vendo e estudando esses pensadores, filósofos e críticos, chego a uma triste constatação para nós hoje, fotógrafos/fotógrafas, no século XXI: estamos vendo a fotografia sendo abafada por uma cultura de imagens poluidoras que não permite o observador contemplar uma fotografia. Há máquinas que fazem tudo, o agente apenas aperta o disparador, sem saber o que está fazendo. É necessário preservar a memória, e a fotografia é uma das formas de se fazer isso. REFERÊNCIAS 1. DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico, 5ª Edição, Editora Papirus, São Paulo,2001 2. BAZIN, André. A Ontologia Fotográfica da Imagem – Desafios da Imagem, Papirus, São Paulo, 1998. 3. BARTHES, Roland. A Câmara Clara, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984. ¹. Fhilippe Dubois, Professor na Universidade de Liège e mestre de conferências na Universidade de Paris III. É especialista em cinema, vídeo e fotografia ² André Bazin, Francês, teórico e crítico de cinema, faleceu em 1958. ³ Roland Barthes foi um escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês. Formado em Letras Clássicas em 1939 e Gramática e Filosofia em 1943 na Universidade de Paris.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

ABERTURA DA EXPOSIÇÃO A FOTOGRAFIA CONTA HISTÓRIA

Aberta a Exposição fotográfica: A FOTOGRAFIA CONTA HISTÓRIA que aconteceu dia 6 de maio de 2013, está sendo um sucesso. Fazem parte da mostra que está no Teatro do SESI em Goiânia e pode ser vista até o dia 13, mais de 30 fotografias instalada em 20 painéis. Objeto desse trabalho está em questão o SER humano e sua essência da vida. A liberdade tantas vezes negada contada na luta das mulheres, homens e crianças, negros, camponeses e índios.